
Organização internacional liderada por Bernie Sanders debate o Porto de Santos
Depois de percorrer áreas de preservação ambiental e reservas indígenas na Amazônia, manter contatos em Brasília e em São Paulo, a Coordenação Institucional da International Progressist, formada por Aline Piva, David Adler e Matt Kirkglaad, se encontrou nesta terça-feira (31) com movimentos sociais em Santos.
Eles conferiram “in loco” as denúncias formuladas por sindicatos de trabalhadores portuários, pelo Fórum da Cidadania da Baixada e pelo Coletivo Jornada Santista pelo Patrimônio Histórico, entre outros, de que o Governo Bolsonaro pretende instalar um depósito de substâncias químicas instáveis (Nitrato de Amônia, por exemplo) junto a região de Outeirinhos, ao lado de um campus da Universidade Federal de São Paulo e centenas de moradias.
A ideia manifestada pela Santos Port Authority (antiga CODESP) e pelo Ministério da Infraestrutura é implantar uma pera ferroviária que viabilize o aumento do movimento de cargas de graneis vegetais e no trajeto inverso, as composições ferroviárias transportem fertilizantes.
Outro ponto apresentado é o descaso com o Patrimônio Histórico da Cidade, especificamente com a região do Cais do Valongo, dos armazéns de 1 a 8, área original de fundação do porto, no Centro Histórico da Cidade, que, apesar da formulação de um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) entre a Autoridade Portuária e o Ministério Público do Estado de São Paulo, firmado em 2018, permanece completamente abandonada e degradada.
Também esteve na pauta do encontro a pretendida atracação de um navio-usina de regaseificação (metano e butano), no meio do estuário portuário e a implantação de um gasoduto, inicialmente no fundo do canal, e que deve alcançar uma localidade no município de São Paulo, atravessando área de preservação de Mata Atlântica na Serra do Mar.
Todos estes planos do Governo Bolsonaro jamais foram confrontados ou apresentados com estudos de impacto ambiental ou de viabilidade econômica. Além disso, as autoridades federais violentaram a legislação pertinente e se recusam a realizar audiências públicas formais, como exige a lei.
A comitiva da International Progressist foi recepcionada pelo vereador e presidente do Settaport (Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo), Chico Nogueira, e outras lideranças dos movimentos sociais de Santos e da Baixada Santista, no Settaport.